Alergia Alimentar: a importância da Segurança Alimentar na prevenção de reações

Na Semana Mundial da Alergia, salientamos a importância da Segurança Alimentar para que os estabelecimentos acolham e sirvam os clientes com alergia alimentar em segurança.

 

A alergia alimentar é uma realidade que afeta cada vez mais pessoas em todo o mundo, mas à qual nem sempre é atribuída à importância que efetivamente tem. Não raras as vezes, ainda é comum ouvir-se que se trata de um capricho, de uma opção ou que “só um bocadinho não faz mal”, o que não pode estar mais longe da realidade. A gravidade das alergias e das reações alérgicas depende de vários aspetos e de pessoa para pessoa, mas apenas um bocadinho pode, sim, ser o suficiente para colocar em risco a vida de quem sofre de alergias!

De acordo com a Organização Mundial de Alergia, o leite de vaca, o ovo, os frutos de casca rija, o peixe, o marisco, o trigo e a soja são responsáveis por cerca de 90% das reações alérgicas. A estes juntam-se ainda o aipo, a mostarda e o tremoço, que apesar de menos prevalentes, integram a lista de alergénios cuja presença deve ser identificada.

Embora esta seja uma condição que afeta sobretudo crianças, a faixa etária em que a prevalência é maior e em que o número de diagnósticos mais tem aumentado, tem-se assistido também ao aumento de casos diagnosticados em idade adulta. O conhecimento do que é uma alergia alimentar, e dos riscos associados, é fundamental para que as empresas e os estabelecimentos que fornecem refeições e géneros alimentares consigam atender todos os clientes em segurança.

Em plena Semana Mundial da Alergia, que este ano é dedicada à anafilaxia (a forma mais grave de reação alérgica), associamo-nos ao esforço de sensibilização global e reforçamos a importância da Segurança Alimentar na prevenção de reações alérgicas.

 

Alergia alimentar vs. Intolerância

Em primeiro lugar, importa distinguir dois conceitos que muitas vezes são, erradamente, confundidos: alergia e intolerância alimentar.

Uma intolerância alimentar consiste numa reação adversa após exposição a determinado alimento, que causa sobretudo mal-estar, mas não põe em risco a vida do doente a curto prazo. Já uma alergia alimentar pode, em causa de exposição ao alergénio em causa, numa reação grave que, em caso de anafilaxia, pode mesmo ser fatal.

Uma reação alérgica grave ocorre em pouco tempo – imediatamente ou até cerca de duas horas após a exposição ao alergénio -, com manifestações cutâneas, gastrointestinais, respiratórias e cardiovasculares, que podem ocorrer de forma isolada ou combinada. A anafilaxia é a forma mais grave de uma reação alérgica, potencialmente fatal, e pode ocorrer não apenas pela ingestão do alergénio, mas também pela sua inalação ou por contacto direto.

Por se tratar de uma reação sistémica (que pode afetar todo o organismo e originar sintomas em diversos órgãos e sistemas), que evolui rapidamente, a anafilaxia é uma emergência médica e requer tratamento adequado, com recurso a adrenalina.

 

Conhecer os perigos escondidos

O tratamento para a alergia alimentar e a prevenção de reações alérgicas passa pela evicção alimentar, a exclusão total dos alimentos passíveis de causar reação.

Desde dezembro de 2014 todos os estabelecimentos que vendam ou forneçam produtos alimentares são obrigados por lei a facultar informação sobre a presença de alergénios. Obrigatória é também a identificação de alergénios presentes (ou possivelmente presentes) nos rótulos dos produtos alimentares.

O problema é que, muitas vezes, os ingredientes que contém os alergénios nem sempre são óbvios. A título de exemplo, um “aroma” pode muitas vezes conter proteínas de leite de vaca, “lecitina” e “flavoproteína” podem indicar a presença de ovo, “parvalbumina” é um ingrediente proveniente do peixe…

As boas práticas de Segurança Alimentar ajudam na identificação dos alergénios, mesmo dos que podem estar dissimulados na listagem de ingredientes, contribuindo para a correta informação aos clientes e para a minimização de riscos para quem sofre de alergias alimentares.

 

Prevenir a contaminação cruzada

Para que a prevenção e reações alérgicas seja efetiva, não basta evitar os alergénios em causa. É preciso garantir que não há contaminação cruzada na preparação e na confeção dos alimentos.

Mais uma vez, os serviços de Segurança Alimentar são fundamentais para que as empresas da área da restauração ou que prestem serviços de alimentação garantam a segurança de todos os seus clientes com alergias alimentares. Além da identificação dos perigos químicos, identificando corretamente os alergénios presentes nas refeições e alimentos, a Segurança Alimentar ajuda a identificar os riscos físicos e biológicos.

A implementação do sistema HACCP permite a adoção de boas práticas de higiene, fabrico e confeção que permitem reduzir os riscos e garantir a segurança dos clientes com alergia alimentar.

 

O seu estabelecimento está preparado para dar resposta a todos os clientes, mesmo aos que sofrem de alergia alimentar? Contacte-nos e saiba como podemos ajudar!