Burnout: saiba o que é e como prevenir

Por ocasião do Dia Mundial da Saúde Mental, que se assinala a 10 de outubro, deixamos-lhe algumas dicas para conseguir identificar e prevenir o burnout.

 

É normal que nos sintamos cansados depois de um dia de trabalho. Mas quando este cansaço está sempre presente, complicando-nos os dias, e é acompanhado por uma irritabilidade constante, tristeza ou sentimentos de impotência e de falta de produtividade, podemos estar perante um quadro de burnout.

O termo não é novo, mas ganhou nova expressão nos últimos anos. De tal forma que em 2019 a Organização Mundial de Saúde decidiu incluir o burnout na lista internacional de doenças. E a pandemia – com todas as mudanças implicadas nas nossas vidas sociais e profissionais – só veio pôr ainda mais em evidência o risco a que todos estamos sujeitos.

 

O que é o burnout?

De acordo com o Serviço Nacional de Saúde, falamos em burnout quando estamos num “estado de esgotamento físico e mental causado pelo exercício de uma atividade profissional”. Já a Organização Mundial de Saúde, define o burnout como “uma síndrome resultante de stress crónico no trabalho que não foi gerido com êxito”, acrescentando que a doença se caracteriza por “um sentimento de exaustão, cinismo ou sentimentos negativistas ligados ao trabalho e eficácia profissional reduzida”.

A sensação de desgaste e exaustão, a despersonalização dos contactos, a desmotivação e a falta de interesse por tudo o que esteja relacionado com o trabalho, acompanhadas pela redução da produtividade são algumas das manifestações do burnout. E ainda que esta seja considerada uma doença associada ao emprego, o impacto vai muito além da vida profissional.

Se o burnout não for tratado, ao mau estar mental e emocional depressa se juntarão outras queixas. Enxaquecas, sensação de falta de ar, taquicardia, tonturas, problemas gastrointestinais, tensão muscular e dor, são algumas das queixas físicas mais comuns. Mais tarde ou mais cedo, o burnout acaba por se repercutir em todas as dimensões da nossa vida, tanto profissional como pessoalmente.

 

Como prevenir o burnout?

O burnout não é exclusivo de determinadas funções ou grupos de profissionais. Mas sabe-se que o risco é maior para quem tem mais dificuldades em lidar com o stress ou baixa autoestima.

É extremamente importante garantir que os dias de trabalho correm com alguma tranquilidade – alguns momentos de stress podem ser normais (como prazos a aproximarem-se ou um acréscimo pontual de trabalho), mas não é saudável que se arrastem os dias em que sentimos que nos levamos ao nosso limite.

Os momentos de pausa ao longo do dia de trabalho são importantes, tal como priorização de tarefas e a definição de limites saudáveis e razoáveis, que nos permitam fazer o nosso trabalho sem ficarmos sobrecarregados. Uma boa estratégia passa também por distribuir, sempre que possível, os dias de férias pelo ano, em vez de os concentrar apenas num período de descanso.

Já fora da nossa vida profissional, é fundamental praticar alguma atividade física, permitirmo-nos ter tempo para desligar, fazer algo que nos dê prazer e que nos permita ‘arejar a cabeça’.

Ninguém está imune ao burnout e ninguém se deve sentir culpado por não estar a conseguir ‘dar conta do recado’. Se sentir que não consegue sozinho, peça ajuda: fale com profissionais de saúde, com familiares e amigos,

 

O que podem fazer as empresas?

O burnout tem um impacto inquestionável na produtividade dos colaboradores. Por isso, as empresas podem (e devem!) adotar um conjunto de estratégias que ajudem a garantir um ambiente de trabalho mais saudável.

No dia a dia, é importante que as tarefas atribuídas a cada colaborador se adequem às suas competências e aptidões, os horários de trabalho sejam razoáveis, as metas e expectativas sejam realistas e se disponibilizem os recursos necessários para as alcançar.

Fundamental é também garantir um acompanhamento adequado da medicina do trabalho, que ajude a prevenir e diagnosticar precocemente os casos de burnout. Na Fermabe, podemos dar aos seus colaboradores o apoio necessário, com o devido acompanhamento psicológico.