- 26 Maio 2022
- Publicado por: cloudbyte
- Categoria: Segurança e Saúde no Trabalho

São uma das perturbações mais frequentes entre trabalhadores de todas as idades e ocupações, mas podem ser minimizadas. Saiba o que fazer para evitar as lesões musculoesqueléticas.
As lesões musculoesqueléticas são o problema de saúde relacionado com o trabalho mais comum na Europa. Estima-se que três em cada cinco trabalhadores da União Europeia, de todas as idades e em todos os tipos de emprego, sofram de uma lesão musculoesquelética, sendo as dores de costas e as dores musculares nos membros superiores as queixas mais frequentes.
Ciente do impacto que estas lesões têm no bem-estar dos trabalhadores e na produtividade das empresas, a Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho lançou em 2020 a campanha “Locais de trabalho saudáveis: Aliviar a carga”. Uma iniciativa que se prolonga até ao final deste ano e à qual nos juntamos para chamar a atenção sobre o tema e dar a conhecer formas eficazes de evitar estas lesões.
O que são lesões musculoesqueléticas relacionadas com o trabalho?
Falamos de lesão musculoesquelética relacionada com o trabalho quando nos referimos a perturbações resultantes de uma exposição prolongada e repetida a cargas de alta intensidade ou de traumatismos agudos, como uma fratura. Costas, pescoço e membros superiores são, habitualmente, os mais afetados por estas perturbações, mas as lesões musculoesqueléticas podem também afetar os membros inferiores.
Podemos estar perante problemas com os músculos, articulações, tendões, ligamentos, nervos, ossos e parte terminal do sistema periférico (capilares), causados ou agravados principalmente pelo trabalho e pelos efeitos do ambiente em que este é realizado.
Qual o impacto das lesões musculoesqueléticas?
O impacto destas perturbações vai muito além da quebra de produtividade no dia-a-dia de trabalho. Às dores causadas pelas lesões, juntam-se ansiedade, problemas de sono e fadiga generalizada, que aumentam o mal-estar físico e psicológico dos trabalhadores, levando à perda da qualidade de vida e a um elevado absentismo. Acresce ainda o facto de muitas destas lesões se tornarem crónicas, afetando indiscutivelmente a qualidade de vida dos trabalhadores e podendo mesmo afastá-los definitivamente da vida profissional, obrigando-os a reformarem-se antecipadamente.
O que pode levar ao desenvolvimento destas lesões?
São vários os fatores que contribuem para o desenvolvimento de lesões musculoesqueléticas. Os primeiros, e mais óbvios, são os fatores físicos, como o transporte de cargas, os movimentos repetitivos, o esforço físico prolongado, posições incorretas ou estáticas durante as jornadas de trabalho, exposição a frio ou calor excessivo e má configuração do posto de trabalho entre outros.
Seguem-se os fatores organizacionais e psicossociais, como a exigência do trabalho, a ausência de pausas, o trabalho monótono e repetitivo a um ritmo acelerado, horários de trabalho prolongados ou sobrecarga de trabalho.
Por fim, importa também referir os fatores individuais, inerentes a cada um dos trabalhadores. É o caso da idade, do historial médico, da capacidade física, obesidade e excesso de peso e hábitos pouco saudáveis, como o tabagismo.
Como prevenir as lesões musculoesqueléticas relacionadas com o trabalho?
A preocupação com as lesões musculoesqueléticas não é nova, mas a sua prevalência levou a que a sua prevenção fosse, desde 2002, considerada uma prioridade em matéria de Segurança e Saúde no Trabalho em toda a União Europeia. Até porque a maioria das lesões musculoesqueléticas são evitáveis ou, pelo menos, controláveis.
O primeiro passo é a avaliação de riscos no local de trabalho, permitindo introduzir as alterações ou melhorias necessárias para evitar ou minimizar as lesões. Um posto de trabalho ergonómico, a adoção de boas práticas no manuseamento de cargas, o uso de dispositivos auxiliares, ferramentas e equipamentos ergonómicos, a reorganização do trabalho de forma a evitar tarefas repetitivas e posições incorretas ou estáticas durante períodos prolongados são algumas das alterações que podem ser levadas a cabo. Não menos importante é a formação dos trabalhadores, para que estes fiquem cientes dos riscos e de como os evitar.
Este é um trabalho que deve ser feito em articulação com o prestador de serviços de Segurança e Saúde no Trabalho e que deve ser revisto e atualizado com regularidade.